terça-feira, 10 de janeiro de 2012

BR-101 e Porto de Pontal na agenda do governo estadual em 2012

O governo estadual promete retomar neste ano dois dos mais importantes projetos para o Litoral do Paraná: a BR-101 e o porto em Pontal do Paraná. 

No balanço que fez do primeiro ano de gestão, o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, citou o porto em Pontal como uma das metas da secretaria. O governo também promete dar continuidade às obras de dragagem e modernizar o terminal de gãos do Porto de Paranaguá. “O governo estuda ações de logística que venham a dinamizar o Porto de Antonina e o futuro terminal de Pontal do Sul”, disse o irmão do governador Beto Richa.Porto Pontal X Porto do Mercosul

O Porto de Pontal é um empreendimento privado na Ponta do Poço paralisado há aproximadamente dez anos. O projeto data de meados da década de 1990 e nunca chegou a entrar em operação. Em 2008, o ex-governador Roberto Requião e seu irmão Eduardo Requião tentaram despropriar a área para construir no local um terminal público, o chamado Porto do Mercosul. Eduardo foi superintende da Administração dos Postos de Paranaguá e Antonina (Appa) com forte influencia sobre a logística estadual e depois secretário de Transportes.

Após muito conflitos, a Justiça manteve o porto nas mãos do grupo JCR, do empresário José Carlos Ribeiro. Os irmãos Requião foram “esquecendo” o assunto aos poucos. 

Quando o vice-governador Orlando Pessuti assumiu os nove meses restantes do mandato dele e de Requião, o governo fez menção de retomar o projeto e o diálogo com o empresário para constituir uma parceria público-privada. Mas a promessa nem chegou a ficar no papel. Ficou nas conversas. O Correio do Litoral.com obteve diversas confirmações da intenção mas fontes do primerio escalão de Pessuti pediam prazo para divulgar a notícia e não atrapalhar as negociações. O Correio também conversou com Ribeiro, que agiu a mesma forma e se mostrava cautelosamente otimista.

BR-101 

A BR-110 liga o Brasil pelo litoral cortando 12 estados de Touros (RN) até São José do Norte (RS), mas é interrompida no Paraná. O anúncio da retomada do projeto veio junto com a informação de que os novos irmãos que comandam a logística no Estado, Beto e José Richa Filho, estavam enterrando de vez o projeto da Rodovia Interportos e da ponte de Guaratuba. 

A gigantesca obra lançada por Pessuti faria a ligação entre os portos catarinenses de São Francisco e Itapoá até Paranaguá e Antonina. Também ligaria a BR-101 em Santa Catarina até a BR 116 na divisa de São Paulo.

No trajeto, a duplicação da PR 412 entre Garuva (SC) e Guaratuba, uma ponte sobre a baía de Guaratuba, um túnel entre Guaratuba e a Rodovia Alexandra Matinhos (PR-508), uma nova ligação entre Matinhos e Pontal do Paraná, uma rodovia paralela à PR-412 em Pontal até o porto, ligação da BR-277 a Antonina, estradas elevadas até a divisa de Paulo etc.

Os gestores de Pessuti chegaram a produzir belos desenhos em computação gráfica e lançaram editais que previam investimentos de quase R$ 27 milhões só nos projetos ambientais e de engenharia. A licitação foi congelada pela Justiça e acabou sepultada pelos irmãos Richa.

Nesta semana, segundo reportagem da jornalista Joyce Carvalho, do jornal eletrônico Paraná Online, técnicos do DER (Departamento de Estadas de Rodagem) e do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), devem se reunir para discutr a BR-101. 

Estudos existem

Diferente do que aconteceu por vários governos no Paraná, o Dnit nunca abandonou a intenção de construir a BR-101. Um dos projetos previa um trecho rodoviário de 120 quilômetros e um custo de R$ 600 milhões. Implicações ambientais levaram os técnicos do governo federal a anunciar que o custo seria muito maior. 

Um dos projetos da 101 prevê seu início na área rural de Guaratuba, na divisa com Garuva (SC), utilizando o traçado da Estrada Geral do Cubatão (23 Km), um contorno da baía de Guaratuba (23 Km) até a PR-508 (21 Km), uma paralela à BR-277 (10 Km), a abertura de uma ligação da 277 até Antonina (12 Km), a readequação da estrada Antonina-Cachoeira (38 Km) e abertura de uma estrada de Cachoeira até Alpino (12 KM) até a BR-116.

O projeto faz parte do Plano Estadual de Logística e Transporte do Paraná elaborado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Instituto de Engenharia do Paraná e Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado do Paraná.

A realidade e o sonho -– Imagens: Porto Pontal

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