sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Requião, Beto e uma aposentadoria


A briga do senador Roberto Requião (PMDB) com o governador Beto Richa (PSDB), está longe de ter motivos ideológicos, como tenta fazer parecer o peemedebista. Quem garante são deputados do próprio partido de Requião. “Na verdade, o Requião está bravo porque o Beto cortou a aposentadoria dele”, afirmou ontem o deputado estadual Nereu Moura (PMDB), que rechaça as acusações do senador segundo o qual os parlamentares estariam querendo “entregar” o PMDB a Richa.
Moura vai mais longe, e diz que ao requerer a aposentadoria especial de ex-governador, Requião implicitamente abriu mão de qualquer pretensão de voltar ao Palácio Iguaçu. “Ele tinha direito a aposentadoria (de ex-governador) desde 1994. Mas só requereu em 2010. Quando requereu a aposentadoria, deixou claro que não seria mais candidato. Até porque ele se elegeu em 1990 em cima das críticas à aposentadoria do José Richa”, lembrou o deputado.
Para Nereu Moura, caso Requião assuma a presidência estadual do PMDB, o partido corre o risco de sofrer um processo de esvaziamento. “Se ele for presidente, vai haver uma debandada no partido. Vai faltar gente para apagar a luz”, considera o deputado, garantindo que hoje, a bancada teria 70% dos votos dos convencionais na disputa pelo comando do diretório estadual.
Fonte: Jornal do Estado

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CPI ouve Petraglia e decide: não há nada contra o Atlético


O condottiere do Atlético, Mário Celso Petraglia, falou das 17h00 às 21h00 na CPI da Copa da Assembleia Legislativa. Deu todas as respostas requeridas. Mostrou documentos. Provou que acusações feitas contra o clube e ele próprio eram aleivosias. Terminou aplaudido pelos deputados. Ficou decidido pela CPI que nada há de errado na construção do estádio para a Copa do mundo. Uma vitória de Petraglia que os atleticanos esperam que se repita em campo, no sábado, contra o Paraná Clube, o que levará o Atlético para a série A do campeonato brasileiro de futebol.

Fonte: Fabio Campana

São Paulo terá usina solar ligada a rede elétrica


 A Secretaria de Energia assinará nesta semana uma ordem de serviço de R$ 13,3 milhões para a construção da primeira usina solar ligada à rede elétrica de São Paulo.O projeto, desenvolvido pela USP e pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp), será implantado no Parque Villa Lobos e pretende testar a capacidade de geração de energia fotovoltaica da capital.

Em uma área de 10 mil metros quadrados que será anexada ao Parque, serão instalados 2.500 painéis solares fixos para a criação da miniusina. O empreendimento, com capacidade de 500 quilowatts, ajudará os pesquisadores a formar uma base de dados mais apurada sobre o potencial de irradiação e a produção deste tipo de energia na cidade.

“A ideia é que estas informações fiquem à disposição de pesquisadores que fazem estudos neste área. Além disso, será possível avaliar com mais precisão como a energia solar se integra à rede normal de energia elétrica”, afirma o engenheiro Rafael Herrero Alonso, do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI).

Responsável pela formatação do projeto, que terá duração de três anos, Alonso afirma que, com a usina, será possível ampliar o conhecimento já existente a partir do Atlas Solarimétrico do Brasil, divulgado em 2000. A usina estará interligada à rede pelo sistema Smart Grid, operado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que faz uma compensação automatizada de energia conforme a demanda.

Os painéis no Parques Villa Lobos fazem parte das 18 propostas de empresas do setor elétrico aprovadas no ano passado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com o objetivo de tornar a energia solar economicamente viável no País, em investimentos que chegam a quase R$ 400 milhões. A intenção é de reduzir a um terço o custo de R$ 300 por megawatt/hora atuais da energia de origem fotovoltaica – a R$ 100, estaria no mesmo patamar da energia eólica
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Visibilidade
Além da miniusina, que será construída em uma terreno desativado anexo, o projeto prevê uma microrrede de geração de energia solar para o próprio parque, com captadores visíveis ao público. Utilizando uma tecnologia desenvolvida por Alonso, seis postes serão espalhados para o fornecimento de internet Wi-Fi a partir de eletricidade solar. Outros painéis solares fixos serão instalados no pórtico principal do parque e no prédio da administração.

A experiência com nove painéis do tipo seguidor solar, no entanto, terão maior impacto visual. Segundo os idealizadores, a ideia de instalar estas placas de 5×2 metros, com capacidade de 50 quilowatts, em meio ao espaço de circulação é também aproximar o público dos mecanismos de energia renovável.

Fonte: Estadão

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

57% das cidades do PR começam 2013 no vermelho


Pelo menos 229 prefeituras paranaenses – 57% do total – podem começar 2013 com problemas no caixa. Essas cidades têm o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) como principal fonte de receita e, se não receberem ajuda extra do governo, terão dificuldades para fechar o ano sem deixar dívidas. Para honrar os compromissos, prefeitos estão tendo de demitir funcionários, parar obras e cortar serviços.
A crise nas prefeituras é causada, principalmente, pela queda no FPM. O valor dos repasses do fundo para o Paraná caíram 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado – considerando de janeiro a outubro. Em termos práticos, as cidades do Paraná deixaram de receber mais de R$ 53 milhões do FPM no período. Em todo o Brasil, o corte no repasse em 2012 está estimado em R$ 9 bilhões – considerando valores corrigidos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Inpe recupera dados climáticos que estavam em estação antártica


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) conseguiu recuperar dados sobre o clima da Antártica que estavam armazenados na Estação Comandante Ferraz, que foi atingida por um incêndio em 25 de fevereiro.
A estação meteorológica responsável pela captação desses dados não ficava no prédio principal da base brasileira, o mais atingido pelo incêndio. No entanto, ela só pôde funcionar ao longo do ano porque baterias e painéis solares foram instalados – originalmente, a energia era produzida por geradores localizados no prédio principal.
Quando a estação funcionava normalmente, a transmissão dos dados era feita online. Porém, as fontes alternativas de energia não têm capacidade para fazer essa transmissão, e os especialistas do instituto tiveram que ir até lá para recolher os dados.
A equipe do Inpe chegou ao local com auxílio da Marinha, a bordo do Navio Polar Almirante Maximiano. Os dados que o grupo trouxe de lá eram importantes para manter uma série histórica que é registrada desde 1984.
O resgate foi feito no último dia 5, mais de oito meses depois do acidente. A região fica inacessível durante o longo inverno, porque o mar congela.
A partir deste mês, com a aproximação do verão, será possível começar a retirar o que foi destruído no incêndio, e ainda não será possível reconstruir a estação no próximo ano. Durante este verão, os cientistas que conduzem estudos na região trabalharão a bordo de navios de pesquisa ancorados na costa do continente. (Fonte: G1)

Romanelli é do PSDB e Pessuti do PSC, dizem requianistas


Cerca de mil convencionais vão às urnas no próximo dia 15 de dezembro para escolher o novo diretório estadual do PMDB do Paraná. A guerra pelo comando do partido já começou. Correligionários do senador Roberto Requião, que quer a presidência, afirmam que os possíveis adversários atendem interesses de outras siglas e grupos políticos.
“O Romanelli é do PSDB e Pessuti é do PSC”, dizem os requianistas, ao se referirem ao deputado Luiz Cláudio Romanelli, secretário do Trabalho no governo Beto Richa (PSDB), e ao ex-governador Orlando Pessuti, que elegeu seu filho, Bruno, pelo PSC de Ratinho Junior.
Requião tem repetido que a disputa pelo diretório do PMDB é contra o governo Beto Richa, que cooptou os adversários.
“O Romanelli é e sempre será o nosso companheiro. Ele é vítima do sistema de cooptação montado no Paraná pelo governo do PSDB”, afirma o senador, lembrando o discurso de seu fiel escudeiro na Assembleia Legislativa, o deputado Antonio Anibelli Neto, único da bancada peemedebista que não compõe a base de sustentação do governo tucano.
Nesta segunda-feira (12), por outro lado, está programada uma visita de Pessuti aos deputados estaduais. É difícil que haja um acordo entre eles, pois os parlamentares acreditam que o ex-governador faz o jogo da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), possível adversária de Richa em 2014.
Não estranhe o caro leitor se na undécima hora houver um entendimento entre Requião e Pessuti. O senador quer tentar um quarto mandato ao governo do Paraná e o ex-governador Pessuti sonha com uma vaga no Senado, onde faria companhia na Casa ao seu pupilo Sérgio Souza (PMDB).
Fonte: Bolg do Esmael Morais

‘Quer ser bom prefeito? É só não roubar’


Em 2008, o prefeito de Realeza, cidade de 16 mil habitantes no Sudoeste do Paraná, foi questionado pela Justiça sobre a cor de uns ônibus enormes que começavam a circular pela cidade. Eduardo Gaevski é do PT e os veículos têm o mesmo vermelho do partido. A polêmica foi parar na Justiça e só acabou quando ele conseguiu explicar a origem dos dois biarticulados e dois articulados utilizados no transporte escolar. Eles haviam sido cedidos sem custo pelo então prefeito de Curitiba, Beto Richa, e apenas mantinham as mesmas cores de quando rodavam na capital.
Ainda assim, permanece a dúvida: como um prefeito de uma cidadezinha arranjou os ônibus, negociando com um político de um partido oposto ao seu? Essa é uma das peripécias administrativas de Gaevski, cuja gestão é citada como exemplo de boas práticas por uma das maiores entidades sociais de combate à corrupção no Brasil, a Amarribo, representante no país da Transparência Internacional. Na semana passada, ele participou como convidado da 15.ª Conferência Internacional Anticorrupção, em Brasília.
Gaevski é curto e grosso ao falar sobre o que diferencia as gestões municipais. “Quer ser bom prefeito? É só não roubar.” Outra ousadia, principalmente sob o ponto de vista do sistema político brasileiro: não comprometer nenhum cargo com indicação partidária ou pessoal. “Não dá para colocar parente, nem gente que depois você não possa demitir.”
Por outro lado, o prefeito conta que chegou ao poder, em 2004, sem ter plano de governo. Pautou toda a administração na transparência – as contas da prefeitura estão expostas em um painel numa praça da cidade. E em ouvir a população. “As pessoas queriam, em primeiro lugar, melhorar a saúde. Depois, que se criasse condições de estudo e emprego para que os jovens não saíssem da cidade.”
A primeira tarefa não foi fácil. Para entender o tamanho da confusão na saúde de Realeza, passou os três primeiros meses de gestão entregando senhas de consultas durante a madrugada. Descobriu que os médicos não cumpriam os horários e que havia desvios na entrega de medicamentos. À medida que o dinheiro parou de escoar pelo ralo da corrupção, a prefeitura conseguiu ampliar o quadro de médicos, dentistas, enfermeiros e farmacêuticos. Gaevski hoje se compromete pessoalmente com o atendimento. Nas paredes dos postos de saúde há cartazes com o celular dele, para reclamações.
“Pode até parecer estranho, mas funciona tudo exatamente desse jeito”, confirma o presidente da Amarribo, Leo Torresan, que foi à cidade para ver e conferir tudo e, depois, incluir o caso na quinta edição do livro O Combate à Corrupção nas Prefeituras do Brasil – espécie de cartilha administrativa para os municípios.
Apesar dos feitos na saúde, Gaevski diz que seu orgulho é a educação. Em 2009, ele conseguiu atrair para a cidade um câmpus da Universidade Federal da Fronteira Sul.
Mas a principal transformação está no ensino fundamental. O material de estudo até a 5.ª série é o mesmo das escolas do Positivo, uma das redes privadas mais tradicionais do país. O ensino integral é prioridade, principalmente na zona rural. Mas tudo começa pelo incentivo à leitura, com os “baús do conhecimento”, trenzinhos com livros que circulam entre as crianças. “É só livro de primeira qualidade. Se não for assim, não tem como ganhar do computador, da televisão”, diz o prefeito.
Há escolas com consultórios de dentistas. Quando a distância aperta, motoristas da prefeitura levam as crianças aos serviços públicos de saúde. Os feitos geram reconhecimento: em 2008, o município foi citado entre os 37 modelos no país pela Unicef.
Já o Índice de Desenvol­­vimento da Educação Básica (Ideb) subiu de 5,0, em 2007 para 6,7 em 2011, o que coloca a cidade entre as dez melhores do Paraná. Como prêmio, Gaevski distribuiu um bônus de R$ 4,8 mil por professor – quase quatro vezes o valor do salário.
A propósito dos caminhos para melhorar a educação, os biarticulados que transitam pela cidade são chamados pelas crianças de “minhocões”. Ao mesmo tempo em que negociou os ônibus com Curitiba, trouxe as estações-tubo de Foz do Iguaçu. “A prefeitura de lá comprou e não deu certo por causa do calor. Conversamos com eles e trouxemos algumas para cá.” Em Realeza, não há dúvidas de que elas couberam direitinho.
Trajetória
De executivo de multinacional a petista
A carreira de Eduardo Gaevski mudou com um acidente de carro do outro lado do mundo. Em 2002, o hoje petista era executivo da multinacional de alimentos Kraft e havia acabado de ganhar um robusto bônus salarial como prêmio pelo trabalho na fusão da empresa com a Nabisco. Viajou à Nova Zelândia para aproveitar o dinheiro, mas relaxou tanto que se confundiu com a mão inglesa utilizada por lá e bateu de frente com outro automóvel em uma rodovia.
“Minha esposa ficou presa nas ferragens, o outro motorista também se machucou bastante. Foi uma tragédia. Como a culpa era minha, respondi a processo e fui condenado a pagar o equivalente a 10 mil dólares de multa, o que foi justo”, diz ele.
O susto fez o executivo e a mulher repensarem a vida que levavam. “Decidimos viver um dia de cada vez.” Nessa época conheceu o fotógrafo Juca Varella, que lhe deu de presente uma das primeiras versões do livro O Combate à Corrupção nas Prefeituras do Brasil. Varella era um dos entusiastas da Associação dos Amigos de Ribeirão Bonito (Amarribo).
Fundada em 1999, a Amarribo virou referência de controle social da gestão pública. O grupo era formado por gente nascida na cidade, que já tinha construído uma carreira profissional sólida e que queria dar um basta na corrupção. Graças à pressão da entidade, dois prefeitos e cinco vereadores envolvidos em desvios no município foram cassados na última década.
Amor
Gaevski se empolgou com o exemplo e criou a Amor – Amigos Associados de Realeza, associada à rede Amarribo. “Depois de um tempo, o pessoal da cidade começou a falar: se esse louco quer fiscalizar tanto, por que não faz algo que preste e se candidata? Aí eu me candidatei.”
Não foi fácil. Gaevski diz que escolheu o PT por ser o único partido da cidade que não estava envolvido com as famílias que dominavam a política local. “Falavam que eu não tinha nada a ver com o PT porque eu era um executivo de multinacional. A deputada do partido na região tinha vergonha de tirar foto comigo.”
Gaevski começou com 0,8% das intenções de voto, mas venceu em 2004 com 67% dos votos válidos. Quatro anos depois, a reeleição veio com 83%. Em outubro de 2012, elegeu o sucessor, o secretário de saúde Milton Andreoli, também petista, com 70% dos votos.
O prefeito em fim de mandato não tem planos de se candidatar a novos cargos. “Quero ajudar a Amarribo a divulgar boas práticas de gestão e colaborar com os municípios do Sudoeste do Paraná.”
Fonte: André Gonsalves, Gazeta do Povo.