sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Abelhas e flores se comunicam por sinais elétricos, aponta estudo


Abelhas e flores se comunicam usando sinais elétricos, aponta um novo estudo feito pela Universidade de Bristol, na Inglaterra, e publicado na edição online da revista “Science” nesta quinta-feira (21).
Pela primeira vez, uma pesquisa mostrou que as flores emitem impulsos elétricos – equivalente a um sinal de neon – aos insetos polinizadores, como as abelhas, que são capazes de distingui-los de outros campos e encontrar as reservas de pólen e néctar.
Esse “poder de publicidade” das flores atua em conjunto com outras formas de atração delas, como as cores vivas e a fragrância que elas exalam, destaca o professor Daniel Robert, da Faculdade de Ciências Biológicas de Bristol, que participou do estudo, liderado por Dominic Clarke.
De acordo com os autores, as plantas têm geralmente uma carga negativa e emitem fracos campos elétricos. Já as abelhas são carregadas positivamente – até 200 volts – enquanto voam. Nenhuma faísca é produzida quando ambas se encontram, mas uma pequena força elétrica se acumula e é capaz de transmitir informações entre as duas partes.
Ao pôr eletrodos nas hastes de petúnias (Petunia integrifolia), os cientistas observaram que, quando uma abelha pousa, o potencial elétrico das flores muda e permanece assim por alguns minutos.
Além disso, esses insetos conseguem diferenciar melhor duas cores quando os sinais das plantas estão disponíveis. Os animais também são capazes de registrar os mínimos detalhes dos campos elétricos das flores, como seus níveis, padrões e estruturas. Isso tudo parece melhorar a memória das abelhas e as ajuda a lembrar da localização das flores ricas em néctar.
A forma como esses insetos detectam os campos elétricos ainda não é conhecida pelos pesquisadores, mas eles acreditam que os pelos delas se arrepiam com a força eletrostática, da mesma forma que faz o cabelo humano em frente a uma televisão antiga.
Segundo Robert, a coevolução de abelhas e flores tem uma longa e benéfica história. Por isso, não é de todo surpreendente que a ciência ainda esteja descobrindo quão sofisticada é essa comunicação. (Fonte: G1)

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