terça-feira, 10 de abril de 2012

Política industrial sem rumo!

Fonte: Blog do Democratas


- O mais novo “pacote de bondades” da presidente Dilma Rousseff para socorrer a indústria nacional, apresentado na última quarta-feira como a 2ª etapa do programa Brasil Maior, deixou muito a desejar. Trata-se mais uma vez de medidas paliativas, pontuais, sem qualquer novidade relevante para o fortalecimento da produção nacional.
- As políticas incluídas no pacote, muitas delas já testadas em outras circunstâncias, como desonerações setoriais, medidas para facilitar o crédito e ações de defesa comercial, configuram um conjunto de ações maquiadas, marcadas pelo improviso. No geral, falta ambição às medidas do governo federal.
- A desoneração da folha de pagamento, tal como apresentada, é quase uma piada. O governo ampliou de quatro para 15 o número de segmentos da economia agraciados com o suposto estímulo, gerando um alívio tributário de R$ 3,1 bilhões. Mas, quantitativamente, esse valor representa somente um dia de arrecadação federal. Inócuo!
- No entanto, para compensar a perda de receitas, o governo anunciou incentivos com uma mão para preservar a arrecadação com a outra. O governo aumentará o PIS/COFINS sobre produtos importados, além de elevar os impostos que incidem sobre as chamadas bebidas frias (águas, cervejas e refrigerantes).
  • Vale perguntar: é correto o Estado selecionar, arbitrariamente, os setores que vão ser agraciados com benefícios fiscais, enquanto outros terão impostos aumentados para pagar parte da conta?
  • Em relação a sobretaxa à importação, até quando o Estado ordenará o que os consumidores poderão ou não consumir? Isso é totalmente diferente da economia social de mercado defendida pelo Democratas, em que triunfam as empresas/produtos que melhor atendem os desejos dos consumidores.
- Do total de R$ 60,4 bilhões de estímulos apresentados pelo pacote, o Tesouro Nacional fará um aporte de R$ 45 bilhões no caixa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o que deve reduzir a taxa de juros.
- Desde 2009, na época da crise global, o Tesouro (leia-se "os impostos pagos pelos brasileiros") engordou os cofres do BNDES, muitas vezes de maneira obscura, com cerca de R$ 285 bilhões de reais.
- “Dotar o BNDES de um orçamento paralelo de R$ 280 bilhões, em pouco mais de três anos, à custa do Tesouro é um equívoco dos governos petistas. A dívida bruta cresce, engrossada por subsídios a grandes empresas. Na verdade, o governo cria dinheiro que não existe para seus pacotes”, assegura o editorial doValor da última quinta-feira:
- O governo brasileiro parece um adolescente irresponsável, acreditando que a fase adulta nunca chegará. Como em economia “não existe almoço grátis”, alguém terá que pagar a conta da expansão desenfreada do crédito público, alimentada agora com a redução dos juros na marra. No final, como sempre, oconsumidor será penalizado!
- A verdade é que, enquanto o governo só se preocupa em promover medidas de expansão de crédito, a indústria definha a cada dia. Segundo o IBGE, o setor industrial acumulou perda de 3,4% nos dois primeiros meses de 2012.
  • Para empresários do setor industrial, o governo tem muito a fazer. Confira a matéria do “O Globo” da última quarta-feira:http://migre.me/8BfoI
- “Esse pacote não difere dos anteriores, sempre lançados com estardalhaço, mas que não ajudaram em nada a indústria nos últimos anos", resume o economista Sergio Vale, da consultoria MB Associados, na revista VEJA desta semana.
- Esse é o sexto pacote de incentivos à indústria desde o final de 2008. Seus instrumentos, porém, apresentam tímidos e limitados benefícios diante das condições macroeconômicas hostis que a indústria se defronta, como as deficiências embutidas no “custo Brasil”, cujo enfrentamento a administração petista insiste em protelar.
  • Entre os países considerados emergentes, o Brasil é o lugar mais caro para se fazer negócios, informou o jornal “O GLOBO” da última sexta-feira. Confira: http://migre.me/8BdW3
- Aqui, o peso do Estado perdulário impõe dificuldades homéricas à economia. O industrial brasileiro tem que lidar com uma pesada carga tributária, além de uma legislação trabalhista enfadonha, que foge ao racional em qualquer país desenvolvido.
- A burocracia é asfixiante e tem piorado com o aparelhamento do Estado pelo governo do PT. A falta de investimentos em infraestrutura (que o PAC está a nos luz de resolver) dificulta a operação da logística, gerando deficiências em setores como comunicação, energia e mão de obra qualificada.
- A política econômica no governo Lula-Dilma, infelizmente, tem atendido a conveniências de curto prazo, quando deveria ter uma meta muito clara de onde quer chegar; amplia medidas protecionistas quando deveria implementar reformas amplas para encarar os obstáculos ao crescimentoconcede favores quando deveria melhorar o ambiente de negócios. Agora, paga-se o preço da incompetência!