sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Salvador da Pátria

Já não dá mais para nós, moradores de qualquer um dos sete municípios do litoral, ficarmos aguardando o “Salvador da Pátria”, que nos salvará da quase indigência em que nos encontramos.

Onde está o espírito empreendedor do cidadão paranaense litorâneo?

Não podemos reclamar do nosso potencial: belezas naturais, patrimônio histórico, portos, turismo – temos todas e as melhores condições de competir par a par com os nossos Estados vizinhos.

Caiobá já foi mais promissora que Balneário Camboriú. Os portos de Paranaguá e de Antonina já competiram em igualdade com o Porto de Santos. Onde foi que erramos nesse caminho? Não temos qualquer deficiência irrecuperável que nos condene ao subdesenvolvimento, a não ser nossa própria incompetência, seja em gerir nossa região, seja em eleger nossos representantes.

Nós, litorâneos, temos que fazer a nossa parte.

Do novo governo, devemos exigir que aja como um indutor do desenvolvimento sustentável, instrumentalizando nossas forças produtivas, para que de novo nos sintamos fortes e capazes de competir.

Não há prosperidade ou riqueza que seja gerada espontaneamente ou imposta por decreto, sem que haja a contrapartida das organizações produtivas locais e do trabalho duro dos moradores da região. E não há quem duvide da capacidade e do vigor da nossa gente.

Não conseguiremos convencer os investidores externos a alocar recursos para nossa região se não estivermos dispostos a investir um só centavo em nossa própria terra. O valor que os “estrangeiros” dão a nós é o valor que damos a nós mesmos. Enquanto não voltarmos a acreditar, acreditar e sonhar, sonhar e empreender, não conseguiremos quebrar esse círculo vicioso de letargia e inércia improdutiva.

Empreender é arriscar. Devemos recriar um ambiente em que sintamos segurança e vontade de empreender. Primeiro temos que redescobrir esse espírito empreendedor e depois permitir que os “estrangeiros” sejam contaminados por esse mesmo entusiasmo.

Somente atrairemos investimentos externos quando formos, nós mesmos, atraídos pelo desejo de investir em nossa região. Do contrário, qualquer ação de convencimento será em vão.

Não podemos mais esperar por uma solução mágica que nos tire da quase indigência a nós imposta e que cordialmente aceitamos.

Chega de zona de conforto!

Precisamos despertar nosso espírito empreendedor há tempos adormecido em berço esplêndido. Temos de arregaçar as mangas e fazer a nossa parte, ajudando o novo governo a construir um novo Paraná, tornando-nos parceiros nesta empreitada, colocando em nossas duras cabeças que somos parte do problema e, principalmente, da solução. 

Flavio Falcão da Frota é consultor em Marketing, está desenvolvendo projetos em Marketing de Lugares.

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